Hoje, num dos raros momentos em que consigo sentar e ler as notícias (online, com meu cachorro por cima de mim e do computador), li uma reportagem muito boa. Uma endocrinologista pediátrica comentando sobre sua pesquisa na UERJ e seus achados sobre o aumento da obesidade infantil e seu impacto, como aumento do colesterol.
Entre vários aspectos ela citou a importância de evitar o consumo de biscoitos, doces e outros industrializados pelas crianças, mas frisando, e é isso que achei ótimo, que esse não é um comportamento de restrição e sim uma conduta para instituição de hábitos saudáveis. Outro ponto essencial citado na reportagem, foi o fato da introdução precoce de alimentos de gosto forte, açucarados e gordurosos. Os pais muitas vezes se sentem crueis por não dar estas bobagens aos filhos e não como aqueles responsáveis ela saúde dos mesmos. Mas, não estou aqui para falar de educação, sou nutriconista e não pedagoga!
Uma das informações mais interessantes foi o finalzinho da reportagem, onde ela frisa a importância das crianças manterem hábitos alimentares saudáveis principalmente em 4 fases do crescimento onde, por causa de mudanças hormonais, há uma maior multiplicação das células, inclusive as adiposos, podendo já programar uma maior pré-disposição a obesidade na vida adulta. Que fases são estas? Nasciemento, 6 meses de idade, 6 anos de idade e puberdade. Certamente não por coincidência, pesquisa relacionando o padrão da microbiota intestinal de crianças no nascimento, aos 6 meses e depois aos 7 anos, verificou também que menor proporção de Bifidobacterias estava relacionada com maior peso corporal e obesidade infantil.
Se é uma relação do estilo "o ovo ou galinha", não temos tanta certeza, mas já é certo que a microbiota é um destes outros fatores ambientais que alteram metabolismo e podem interferir no ganho de peso. Em contra partida, o padrão da dieta, padrão "dieta ocidental", de alta densidade , nutricional, rica em lipidios é um fator que altera a microbiota, reduzindo bifidobacterias. Certamente, cuidar da alimentação da mãe, a amamentação e a alimentação infantil parecem ganhar outro patamar de importância vendo as coisas por este ângulo, não é?
Se a curiosidade sobre a relação da microbiota intestinal com obesidade e resistência a insulina aumentar, apareçam amanhã no IV Encontro de Nutrição Clinica Funcional e Medicina do Rio de Janeiro, pois vou tratar justamente deste assunto!
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