quinta-feira, 28 de julho de 2011

Pretinho básico

Há algumas semanas atrás escrevi um post para um blog de moda, falando da questão da nutrição e alimentação estarem na moda, e como isso pode ser positivo e negativo ao mesmo tempo. Hoje, lendo uma reportagem sobre os resultados da pesquisa do IBGE sobre consumo alimentar do brasileiro, a única coisa que me veio à cabeça foi, novamente,... a moda.

Um dos dados mais importantes foi que o brasileiro ainda consome arroz e feijão, mas, o consumo de alimentos industrializados, ricos em açúcar, gordura saturada, baixo valor nutricional, rico em calorias, açúcar, sódio, etc e tal, aumentou bastante. Constatação do que se vê a algum tempo na prática. De uns tempos para cá parece que comer arroz e feijão saiu de moda. É coisa retrô, que vovó fazia, e para ser moderna, estar "in" das coisas precisa do industrializado, com aquela roupa colorida e atraente que eles têm.

Acho ainda que um dos motivos pelo qual pensei logo em modismo na alimetação foi o fato da pesquisa ter mostrado que o grupo que mais aumentou o consumo de açúcar, gordura saturada e menor consumo de fibra foi de adolescentes do sexo feminimo entre 14 e 18 anos! Comer fast food, besteira e porcaria de repente virou status, é coisa chique e eu não fique sabendo?! Problema maior disso tudo: meninas ainda em desenvolvimento de massa óssea, maturação sexual, com essa dieta vão ser jovens adultas com excesso de peso, disfunção hormonal, osteopenia precoce, entre outras possibilidades.

Torço pelo dia em que para se enturmar no colégio as mocinhas terão de levar fruta ao invés de competir pelo biscoito recheado mais colorido do mercado. O dia em que além do vestido, o feijão também será o pretinho básico, para todas as ocasiões. Mas, eu sou suspeita, afinal estudo e pesquiso a feijoada!

Para ler a reportagem sobre a pesquisa do IBGE:
http://oglobo.globo.com/vivermelhor/mat/2011/07/27/brasileiro-mantem-tradicao-do-arroz-feijao-mas-prefere-alimentos-com-baixo-teor-nutritivo-924989034.asp

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Adoçando a vida

Preferência por um sabor, doce ou salgado, não se discute. Tem gente que morre por um docinho e aquelas que não trocam o salgado por nada. Tudo normal, é claro, somos diferentes e criados de maneiras diferentes, o que ao longo da vida foi desenvolvendo nosso paladar. Crianças no México, por exemplo, comem desde pequenas comidas carregadas na pimenta e nada acontece, elas gostam. Mas, já comentamos antes, que a exposição desde cedo à doces e gorduras pode, não só desenvolver o paladar, mas criar uma certa dependência química. Não é à toa, que muitos que usam adoçante (sim, o sabor doce vicia mesmo se você burla com adoçante) rapidamente transformam 2 gotinhas em alguns esquichos.

Isso tudo não seria o problema se todo o açúcar, gordura ou sódio presente nos alimentos fossem facilmente identificados. Mas, não são. Poucas pessoas sabem que um biscoito de água e sal, mesmo sendo sem graça, tem bastante gordura ou que uma lasanha congelada, mesmo sem ter a sensação de salgada, é cheia de sódio. Com o açúcar é a mesma coisa. Sabemos que produtos doces tem açúcar, mas a gente tem a real idéia de quanto de açúcar tem? Achei num site de jornalismo esta figura feita pelo Ambulatório de Nutrição e Dietética da FMUSP e adorei! Só fazendo estas comparações a gente consegue parar para pensar o que a gente consome diariamente, de verdade.



















Aqui, conseguimos VER o quanto de açúcar realmente estamos consumindo sem muitas vezes nem perceber, o que é o caso das bebidas. Um copo de suco industrializado desce perfeitamente bem, mas se pensarmos, preparando em casa um suco poucos iriam colocar 3 colheres de sopa de açúcar em um único copo, não é? E esse açúcar imperceptível é que muitas vezes compromete um programa de emagrecimento, a saúde de uma criança ou controle da glicemia.

É para abrirmos mão dos doces? É claro que não. Minha posição em relação à alimentação é que, se não tiver algum problema específico, coma de tudo, mas com moderação e nas proporções certas. Quero é mostrar que só de preparar alimentos e bebidas em casa muitas vezes conseguimos não só diminuir a quantidade de açúcar como de gordura e sódio, quando comparamos aos industrializados. Sempre que possível, façam seus próprios sucos, bolos, lasanhas... e percebem que ao reduzir a quantidade de açúcar, aos poucos o paladar também se adapta e a necessidade de adoçar fica menor.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Alimentos Orgânicos e Agroecologia


Para quem estiver em São Paulo, ou for para a cidade no final de semana, fica a dica de programa: BioBrazil Fair 2011. A feira internacional de produtos orgânicos e agroecologia começa amanhã, dia 21 de julho e vai até domingo, 24 de julho. Além de vários expositores do Brasil e do mundo, a feira vai sediar também o 7º Fórum Brasileiro de Agricultura Orgânica e Sustentável, onde diariamente ocorrerão uma série de palestras sobre a produção e comercialização de orgânicos, o mercado nacional, oportunidades, experiências, e muito mais.

Por que estou sugerindo isso? Acho que um pouco mais de informação sobre os orgânicos não faz mal a ninguém! E, quando vemos os avanços nesta área em outros países, vemos o quanto temos ainda que investir e desenvolver o setor no Brasil. Mas, para quem tem dúvida, por que levantar a bandeira dos orgânicos?

Primeiro, orgânico não é aquele alimento minimamente processado ou de cultivo hidropônico (onde o alimento cresce na água). A característica mais evidente que temosdo alimento orgânico, é que ele é cultivado com nenhum tipo de agroquímico, ou seja, nada de produto químico que possa evitar pragas ou acelerar o crescimento do alimento para a colheita ser mais rápida. Para ter idéia, cada alimento tem um tempo de crescimento ótimo até o ponto de ser colhido e numa empresa orgânica, cada tempo é respeitado. Cada tipo de cultivo recebe uma adubagem (natural e orgânica) própria, respeitando as necessidades e características do alimento. Nada de “um alimento para todos”, igualzinho como a nutrição deve ser, não é lindo? E, a prevenção de insetos e pragas também é sem química, como por exemplo, uso de solução de vinagre com pó de café para evitar formigas.

Mas, além disso, uma verdadeira empresa com o conceito de orgânico, além de respeitar a produção e os alimentos, respeita e cuida do meio ambiente onde o cultivo está inserido e os funcionários que trabalham lá. Afinal, como nosso corpo funciona em conjunto numa perfeita sintonia entre os órgãos, temos que saber que a agricultura também funciona em sintonia fina com o meio ambiente e conosco. Estamos todos interligados.

Por fim, vale lembrar o porquê de evitar esse excesso de química que diariamente consumimos nos alimentos. Por mais que existem alguns agroquímicos já banidos no Brasil e no mundo, estes representam apenas uma pequena fração das opções disponíveis. Baniram aqueles que levariam à “morte rápida”, mas deixaram aqueles que a toxicidade não é percebida de forma aguda e sim vai acumulando ao longo do tempo. E isso interfere principalmente no desenvolvimento neuronal e na síntese de neurotransmissores.  Não vou entrar na questão de maior ou menor conteúndo de nutrieintes e compostos bioativos, pois na literatura científica ainda não há um consenso. Tenho apenas a minha opinião e os resultados do meu trabalho de mestrado, onde squando não é igual, os orgânicos têm sim maior teor de compostos fenólicos. Mas, não vou criar aqui controvérsias. Então,  estudem, procurem conhecer uma empresa na sua cidade, vejam se tem o selo de certificação e avalie se não vale apostar pelo menos em grupos especiais para garantir saúde e qualidade de vida melhores.

Bio Brazil Fair
21 – 24 de julho 2011
Horário: 11h – 20h
Bienal do Ibirapuera, São Paulo
www.biobrazilfair.com.br

domingo, 17 de julho de 2011

Glúten, a bola da vez

O domingo foi premiado com uma reportagem bem legal, e bem escrita, no jornal O Globo sobre o glúten. Se por coincidência ou acaso, o glúten estava se tornando a bola da vez na grande cruzada que é imposta sobre a nutrição de estigmatizar um único vilão para todos os problemas de saúde e obesidade. Mas, tenho que confessar que para um jornal achei bem esclarecedora a reportagem. Quem não leu, vale a pena ler.

A matéria, com diversos comentários de nutricionistas inteligentes e bem informadas, deixa claro alguns pontos importantes: a doença celíaca, alergia inata ao glúten é uma coisa, e a intolerância ao glúten são duas coisas distintas. Ao passo que a doença celíaca é realmente menos frequênte na população saudável, não podemos deixar de identificar e reonhecer que a intolerância ao glúten está cada vez mais comum e frequênte. Muitas vezes é temporária, em função de uma padrão alimentar inadequado e outros fatores que pré-dispõem o intestino a não processar corretamente esta proteína. Se esse intestino não consegue digerir e quebrar os peptídeos da proteína do glúten que chegam após passar pelo estômago eles podem SIM causar alterações sistêmicas. E a alimentação de muitas pessoas parece pedir por uma intolerância sendo diariamente bombardiada com diversos alimentos fontes da mesma proteína. Variedade na escolha dos alimentos é essecial e deve ser incorporada sempre no dia a dia.

O que foi mais interessante ainda foi o fato desta semana eu estar lendo justamente um livro de uma médica e nutricionista inglesa que relaciona a saúde do trato digestivo (foi mal, mas não consigo me adaptar ao bendito "trato digstório") com doenças neurológicas.A autora, mãe de uma criança com dificuldade de aprendizado, a autora traça uma clara e objetiva relação entre a permeabilidade intestinal e autisto, déficit de atenção, depressão, dislexia, hiperatividade entre outros disturbios neurológicos. Todos pacientes com estes distúrbios tiveram alterações da parede dos enterócitos detectada, mas raramente ela é considerada como um dos fatores que prejudicam o controle e melhoria do quadro clínico. Ao contrário, eram consideradas consequência dos hábitos alimentares distorcidos que muitas vezes estas pessoas têm. A irritabilidade ou a dificuldade de manter um sono tranquilo de uma criança autista sendo relacionada com os sintomas de uma intolerância ao glúten e a caséina, o que por sua vez leva ao padrão alimentar muitas vezes super restrito, é de abrir os olhos, afinal como esta criança vai comunicar aos seus pais o que está sentindo? Quem se interessa, vale ler!!

Pessoalmente, a mensagem de hoje é: não tem como um nutricionista hoje não considerar a saúde intestinal e saber restaurar este órgão primordial na saúde do organismo como um todo. Apesar de muitos quererem colocar a dieta sem glúten como a nova dieta da moda para emagrecer, o que não é correto, também não podemos ignorar que muitas pessoas estão sim passando por uma sobrecarga gerando intolerância, e se este for o caso, é lógico que ela vai não somente emagrecer mas melhorar imensamente a qualidade de vida quando os alimentos fonte forem retirados. O glúten, de certa forma, é a bola da vez. Diagnóstico preciso e avaliação de caso a caso é essencial. Mas, se você trabalha com pessoas que apresentam disturbios neurológicos, saiba que neste caso a recuperação do intestino e retirada do glúten (e caseína) é, sem dúvida, o caminho.

Leitura obrigatória (para mim, é claro):
Gut and Psychology Syndrome - natural treatment for autism, dyspraxia, ADD, dyslexia, ADHD, depression, schizophenia.
Dr. Natasha Campbell-McBride (mestre em neurologia e em nutrição)

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Nutrição está na moda!

Pessoal, o post de hoje está num blog super legal de moda.

Afinal, nutrição está definitivamente na moda.

Entrem lá para conferir!!


http://benditoacessorio.wordpress.com/

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Cuidado para os amantes de comida japonesa

A vida, certamente, é uma escola. E a gente aprende muito mais trocando informações, tanto com pessoas da sua área como também com quem não é. Este final de semana, uma pessoa conhecida veio comentar um caso estranho que aconteceu e que inclusive à deixou assutada. Um dia esta pessoa acordou tendo diarréia gordurosa. Além da alteração na consistência ainda apresentava urgência para ir ao banheiro e como praticamente não havia fezes e sim gordura, é claro que um pouco ainda era eliminado durante o dia sem controle voluntário. Que situação!

A primeira coisa que há de se pensar é o que aconteceu de diferente para ter este efeito tipo Xenical ou outro inibidor de absorção de gordura. Ida ao proctologista e muitas pesquisas no google depois, o resultado é que este quadro que durou uns 2-3 dias foi causado por um peixe! Sim, acreditem! Existe um peixinho branco, bem gostoso aliás, que hoje em dia está sendo comum em vários restaurantes japoneses e se chama peixe prego ou congro negro. A pessoa me contou a história e, assim como o proctologista, não sabíamos que isso poderia ter uma relação. 

Lombo de peixe-prego
Curiosa como eu sou, acordei hoje e fui buscar informação na literatura científica. Acontece que, como salmão e atum, ele é também um peixe gorduroso,  mas quase 90% dos lipídeos presentes estão numa forma não-saponificavél. Ou seja, a gordura deste peixe não consegue sofrer a ação dos nossos sais biliares permitindo com que eles sejam incorporados nas fezes. Como resultado, você elimina a gordura diretamente. Bom, precisamos evitar este peixe? Não, acredito até que a maioria de vocês já tenham ido algumas vezes no japonês e não tiveram nenhuma reação, certo? A própria FDA nos EUA emite uma mensagem de cuidado e alerta para o consumo, mas não proibe sua comercialização em mercados e restaurantes. No entanto, saibam que dependendo da quantidade que você consuma ou da sua sensibilidade individual este quadro bastante incômodo pode acontecer.
Quem se interessar, tenho uns artigos sobre isso.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Transformando leguminosas em patê

Final de semana chegando, momento de reunir os amigos em casa para conversar enquanto come-se alguns petiscos e algumas bebidinhas. Mas, porque fazer mais do mesmo e comprar aquelas pastinhas sem graça do mercado ou fazer as clássicas pasta de atum e de ricota? Que tal usar leguminosas como base?

Além de resultar em uma pastinha com muito mais fibra que as citadas acima, você ainda tem bom teor de proteína com baixa quantidade de colesterol. E ainda por cima não será surpreendido caso algum de seus convidados seja vegetariano. Tem coisa melhor? Esta é de lentilha, mas pode-se fazer com feijão branco, feijão preto, fradinho...


Patê de Lentilha
Ingredientes:
1 xícara de lentilha
950mL de água
1 folha de louro
1 cebola média
4 dentes de alho (2 picados e 2 amassados)
2 colheres de sopa de óleo de canola
1/2 colher de chá de curry moido
1 colher de chá de cominho moido
1 colher de chá de semnte de mostarda quebrada
1 colher de sopa de pasta de tomate
2 ovos
2 colheres de sopa de azeite extra virgem
1/4 xícara de coentro picado
4 colheres de chá de suco de limão

Preparo:

1. Coloque a lentilha, água, louro, os 2 dentes de alho amassados e metade da cebola em uma panela para cozinhar. Levante fervura, adicione sal a gosto depois diminua o fogo, cubra e cozinhe até as lentilhas estarem macias, aprox. 35-45 minutos. Remova a cebola e escorra. Reserve.
2. Pré-aqueça o forno a 180ºC e unte uma forma de pão ou de bolo inglês (retangular e funda). Pique a outra metade da cebola e refogue junto com o óleo de canola. Adicione o alho, os temperos e depois de um minuto a pasta de tomate. Continue mexendo até a mistura tiver escurecido um pouco, uns 2 minutos, e adicione o coentro. Retire do fogo.
3. Em um processador de alimentos coloque a lentilha e os ovos e processe. Com ele ligado, vá adicionando o suco de limão e o azeite até estiver macio e homogêneo. Adicione o refogado de cebola e temperos e misture mais um pouco. Tempere com sal e pimenta a gosto.
4. Coloque na forma untada e asse por uns 40 minutos até o topo começar a ganhar uma cor. Retire do forno, espere esfriar e sirva. Para melhores resultados, faça no dia anterior e deixe na geladeira durante a noite.

Fonte: NY Times

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Bom senso na alimentação

Esta semana confesso que estava até desestimulada em fazer um post depois das notícias que vi nos jornais online. Sinceramente, cada manchete pior que a outra, parece que os jornalistas querem mesmo é ver o povo ficando doente e obeso. Não era para ter um editor da área para dar aqueles ajustes necessários? Com certeza, todas as pesquisas devem ser divulgadas, independentemente do seu resultado. Mas, considerando que quem vai ler é, em geral, leigo no assunto não vale tomar um cuidado a mais?

Enfim, o pouco bom senso está em todos os locais. Na alimentação então, nem se fale. Uma das notícias esta semana foi sobre uma pesquisa mostrando que crianças que comem doces são menos propensas à obesidade, tanto na infância como na vida adulta. Pesquisa esta noticiada como “resultado surpreendente”. É mesmo? Alguém foi ver a quantidade que esta criança, e futuro adulto, comia de doce e a freqüência? Os pesquisadores dizem claramente, consumo de pequenas porções e a regularidade não é diária. O que conta ao final, 30g de chocolate 3 vezes na semana (90g semanais) ou aquela pessoa que não come nadinha durante a semana e final de semana devora uma barra de chocolate (180g)? Questão de bom senso, moderação e desenvolvimento do hábito alimentar.

Hábito este criado desde cedo. Claro, não sou a favor de expor crianças, especialmente antes dos 2-3 anos de idade, aos doces com alto teor de açúcar e gordura. Não só para permitir com que ela molde seu paladar com outros alimentos mais brandos, que não deixam suas papilas insensíveis, dormentes, mas que ainda por cima viciam. Sim, consumo elevado de açúcar e gordura leva a produção de substâncias no nosso cérebro que gera vício, uma maconha alimentícia, dizendo de forma bastante grosseira. E sendo assim, realmente devemos ter cuidado quando nosso pequenos estão começando a descobrir os sabores, pois mais tarde na vida fica bem mais difícil de mudar os nossos hábitos e desenvolver nosso bom senso.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Sucos para equilibrar o final de semana

Bom dia segunda feira! Quem já acordou, viu o dia hoje e conseguiu sair da cama? Bom, evidentemente, eu. Mas, vejam pelo lado bom, pelo menos segunda feira é reconhecido como "O" dia da preguiça, se tivesse sido durante o final de semana seria pior. Até porque com o frio já surgem as idéias de fondue, vinho, chocolate... com esse tempo de hoje no final de semana certamente as pessoas teriam comido e bebido bem mais, estou errada?
Segunda feira também é dia de recomeço. Então, para equilibrar o final de semana de exageros e começar a semana com pé direito, algumas sugestões de sucos para dar energia e fazer o trabalho render. Não, não pense em acabar com a preguiça com uma copo grande de café e um pão francês. Nessas horas o melhor é não sobrecarregar suas supra-renais, controlar a produção de cortisol e preferir carboidratos integrais para sua insulina não ficar desregulada, caso contrário você estará com sono de novo ainda antes do almoço.

Ao invés de café, sucos! Sucos devem ser sempre feitos frescos (quando possível) e a sugestão de hoje é apenas tentar misturar à fruta de sua escolha um vegetal e quem sabe também um chá? Opções como salsinha, agrião, broto germinado, hortelã e de chás pode-se usar chá verde, de hortelã, capim-limão, erva cidreira e assim por diante. Para os exageros de bebida sugiro fortemente incluir a salsinha e o capim-limão, auxiliam na circulação e melhoram a retenção hídrica dos excessos de vinho daquele fondue do final de semana. Ficam as dicas!



1. Anti-fadiga: 1 saquinho de chá de hortelã, 50mL de água (para o chá) 125mL de suco de abacaxi, hortelã picada. Prepare o chá, coe e deixe essfriar. Adicione o suco de abacaxi a hortelã picada e sirva!

2. Destoxificante: 3 cenouras, 3 talos de aipo, 1/4 de beterraba pequena, 1/2 col. sobremesa de suco de limão, 1/4 de col. sobremesa de gengibre picada. Passe tudo no processador de sucos e sirva!

3. Esportista detox: 1/2 xícara de cenoura, 1/2 xícara de maçã, 2 talos de aipo, 1 banana. Passe os ingredientes, menos a banana, num processador de sucos. Após este preparo, adicione o suco com a banana à um liquidificador, bata e sirva a seguir!

4. Para pele e digestivo: 200mL de suco de uva branca (se não tiver, use a uva tinta), 1 fatia de limão, hortelã e 2 folhas de dente-de-leão. Amasse levemente as folhas num copo com ajuda de um pilão, adicione o suco de uva, misture e sirva!

sábado, 2 de julho de 2011

Caloria não é tudo

Seguindo a série "caloria não é tudo", mais uma reportagem interessante para discutir. Não me entendam mal, é claro que o total calórico do dia, da semana e do mês, contribuem tanto para alteração do peso como para manutenção da saúde. Se estiver consumindo alimentos em exagero para a sua constituição física e gasto energético, isso vai ter conseqüências.

Mas por outro lado, só contar calorias não é a solução. Tudo bem que, mais uma vez, o título da reportagem não ajuda o leitor a entender como a alimentação saudável funciona, mas... vamos lá.

Pesquisa da Escola de Saúde Pública de Harvard mostrou que o consumo regular de batata, mesmo que não seja frita e sim cozida, purê ou assada, tem efeito sobre os níveis de insulina (nosso hormônio que regula o açúcar no sangue) e em longo prazo pode resultar num aumento de 450g no peso corporal em um ano. O título da reportagem: batata, a grande vilã da dieta. Acho incrível como a nutrição e alimentação sempre têm que ter um vilão. E na verdade não é bem assim. Primeira coisa é contextualizar. A pesquisa foi feita nos EUA, onde a base da alimentação é sim a batata. É raro você ver um restaurante ou uma família americana que consome com regularidade arroz, feijões e outros cereais e leguminosas. Outros pontos que devemos aprender desta pesquisa, mesmo que no Brasil o consumo médio de batata não seja tão elevado:
1. Batata, mesmo que não seja frita, apresenta sim alto índice glicêmico. Isso quer dizer que o tipo de carboidrato da batata chega rápido no sangue e isso leva a uma liberação rápida de insulina. Esse efeito ocorrendo com freqüência pode levar à ganho de peso de descontrole da glicose no sangue. Em contrapartida, dependendo do horário de consumo é exatamente isso que queremos, como após um treino de endurance ou uma maratona, pois queremos mesmo é recuperar os estoques energéticos.
2. Temos que variar e priorizar outros tipos de carboidrato. Cereais integrais, grãos e leguminosas também são excelentes fontes de carboidrato e ainda têm maior teor de fibras e nutrientes. Investir em arroz integral, cevada, trigo para quibe, feijões, lentilha, grão de bico, assim por diante, deve ser a escolha para o di-a-dia.
3. Ainda assim, variar entre os tipos de batata. Primeiro, mesmo a batata inglesa se consumida com casca, tem maior teor de vitaminas do complexo B e fibras, o que reduz a velocidade com que o carboidrato chega ao sangue e, conseqüentemente, a liberação de insulina também diminui. Além disso, outros tubérculos, como a batata doce, tem naturalmente índice glicêmico menor e é rica em betacaroteno.

Por fim, reforço a questão que para manutenção do peso e da saúde não bastam calorias, temos que saber como fazer as melhores escolhas entre os alimentos com valor calórico parecido.
A composição dos alimentos não é a mesma, então não adianta apenas comer com moderação ou cortar calorias - Dariush Mozaffarian

Fonte:http://oglobo.globo.com/vivermelhor/mat/2011/06/24/batata-grande-vila-da-dieta-924760738.asp